sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Energia (I)

A sociedade contemporânea tem sido caracterizada por um crescente consumo de energia.

Convém analisar de forma algo detalhada a forma como a dependência energética Ocidental, nomeadamente a europeia, interfere com a economia destes Estados e consequentemente com as suas populações.

Comecemos pelo incontornavel petróleo. Este combustível fóssil, oriundo essencialmente do Médio Oriente, tem tido uma subida acentuada de preço desde o ano de 1998. De 10 USD (United States Dollar) para 100 USD no presente. Isto sem esquecer os 147 USD no ano de 2008.

Os factores responsáveis por esta subida são essencialmente dois:

O primeiro está directamente relacionado com a lei base da oferta e da procura. Se a OPEP mantém a produção diária de barris de petróleo e, se existe uma maior procura, nomeadamente devido à emergência dos denominados BRICS, o preço vai certamente continuar a subir.

O segundo factor está directamente relacionado com os Estados. É que o petróleo depois de refinado, sofre um aumento que em alguns casos pode ser de 200% em impostos cobrados pelo Estado. Ou seja, o Orçamento do Estado depende directamente e substancialmente dos impostos cobrados sobre combustíveis cuja produção está completamente fora do seu controle.

Isto origina duas situações: primeiro a OPEP sente-se legitimada a aumentar os preços, pois detém a matéria-prima e a consciência de que sem ela, os compradores ficam com dificuldades financeiras nos seus orçamentos.
A segunda situação diz respeito ao total abandono desses mesmos Estados, na procura de fontes alternativas que pudessem a médio prazo substituir o petróleo. Substituir o petróleo significa quebra nas receitas do Estado... não existe uma preocupação ambiental, nomeadamente com as emissões de Co2, existe apenas números e esses estão do lado do ouro negro.

No nosso caso em particular, os impostos sobre combustíveis representam 10% da receita fiscal... só para ter uma ideia, em 2009 importamos 272 200 barris de petróleo por dia.

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