"Até o século XIX o idiota era apenas o idiota e como tal se
comportava. E o primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha
ilusões. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover
uma palha, ou tirar uma cadeira do lugar. Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca um
idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente, não pensava. Os
“melhores” pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por ele. Deve-se a Marx
o formidável despertar dos idiotas. Estes descobriram que são em maior número e
sentiram a embriaguez da omnipotência numérica. E, então, aquele sujeito que,
há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a existir socialmente,
economicamente, politicamente, culturalmente etc. houve, em toda parte, a
explosão triunfal dos idiotas."