sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Natalidade

Realiza-se hoje, na cidadela de Cascais uma conferencia destinada a debater a natalidade em Portugal. Sob o nome "Nascer em Portugal" e promovida pela presidência da republica, uma série de intelectuais vão esmiuçar o porquê do decréscimo da natalidade em Portugal.

Como não sou erudito não me convidaram, no entanto, tenho aqui este espaço onde posso explanar o meu conhecimento, aos poucos que ainda tem paciência para ler a minha prosa.

Em primeiro lugar, se pensam que vou justificar os números com as dificuldades económicas, falta de incentivos à natalidade, exigências profissionais e um longo etc, parem já a leitura!!!


Óptimo, fico a pregar para os peixinhos.


Se dividirmos a população residente em Portugal entre população autocne e imigrantes, chegamos á conclusão que as respectivas taxas de natalidade são proporcionalmente abissais. Os estrangeiros (todos aqueles que não são filhos de pai e mãe portugueses e a raça cigana, pois esta não tem pátria), tem melhores condições sócio-económicas que os portugueses?


Na década de 60 a taxa de natalidade era o dobro dos dias de hoje. Havia mais condições para ter filhos? pois não, não havia. Nunca houve tantas condições para ter filhos do que presentemente e no entanto... no entanto as mentalidades mudaram.


A descaracterização da família, a célula nuclear da sociedade, é a principal razão para a mudança de mentalidades e consequente envelhecimento da população portuguesa. Em nome da liberdade, promove-se o aborto, o casamento larila, e a promiscuidade em geral, em detrimento dos valores tradicionais familiares. Em quantas novelas surge um pai e uma mãe com 5 filhos a viver em dificuldades mas felizes? Zero, o comum é pais divorciados em que a incerteza quanto à paternidade dos putos dura até ao último episódio. São os exemplos que se dão aos nossos jovens. A banalização total dos compromissos assumidos transforma o "para sempre" num "vamos ver como corre". Antigamente uma separação era um lar desfeito, hoje é apenas mais uma família monoparental.


A tudo isto temos de juntar a emancipação da mulher portuguesa e suas legitimas ambições profissionais. Primeiro vem o trabalho e respectiva carreira, a imagem, com cabeleireiro, manicura, pedicuro, as horas indispensáveis no ginásio e spa e, a liberdade idealizada que um filho indiscutivelmente castra.

Foi criado o ideal de mulher moderna, onde o conceito de maternidade sofreu um decisivo revés. Portanto, mães como a minha contam-se pelos dedos. Não? Quantas crianças são efectivamente e repito efectivamente, criadas pelos avós?


O mais grave de tudo isto, é que a única possibilidade de haver uma mudança que inverta radicalmente a taxa de natalidade, sem perdermos a nossa identidade, implica uma mudança de contexto para um cenário apocalíptico, onde riqueza seja sinónimo de terra e filhos. Terra para comer e filhos para a defender.