quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Intrigas

Eu não sou de intrigas, mas chegou-me aos ouvidos que parte dos Governos Civis, depois dos resultados das passadas legislativas, já esgotaram as verbas destinadas ao corrente ano.

Grandes negócios...

Pequeno empresário de um ramo da agonizante construção civil, todos os meses me vejo com algumas dificuldades em cumprir com as minhas obrigações patronais. Salários, impostos, seguros, fornecedores, clientes que pagam a 30 dias, outros a 60 e outros ainda quando lhes apetece, transformam a vida de um sócio-gerente de uma micro-empresa numa verdadeira aventura.

Se a tudo isto juntar-mos o facto de a pessoa a que me refiro ser um individuo honesto, temos uma aventura digna de figurar numa saga de Tolkien.

É que apesar de a crise ser para muitos, uma oportunidade de bons negócios, para outros é apenas sinonimo de crise.

Vejamos por exemplo o caso do BPN. Esta instituição à beira do colapso, necessitou de uma injecção de capital do Estado na ordem dos 5 mil milhões de euros. Com a justificação de que a falência do mesmo arrastaria todo o sistema financeiro do país, nacionalizou-se de imediato o BPN, utilizando para isso o dinheiro dos contribuentes.

Até aqui eu compreendo, daqui para a frente...

A nacionalização não incluiu os ramos lucrativos da Instituição bancária. Ou seja, nacionalizou-se apenas o que dava prejuízo.

Os responsáveis, ou a ausência deles, descredibiliza ainda mais (se isso for possível) a Justiça Portuguesa. Os ingénuos não se iludam, não vai haver culpados.

Passados uns meses, a pedido de várias famílias (apenas algumas) chamou-se uns indivíduos a que vou apelidar de troikanos, que impõem uma data para o banco ser vendido ou liquidado.

Prestes a terminar o prazo (escassas horas) aparece um ex-ministro do PSD, que agora representa interesses estrangeiros e oferece 40 milhões de euros na barganha. dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendido ao senhor de gravata laranja.

Por explicar ficou o facto de haver outros interessados, um dos quais oferecia mais do dobro e comprometia-se a manter todos os postos de trabalho. Sim, porque a proposta vencedora vai despedir metade dos funcionários. Sabem quem vai pagar a indemnização desses funcionários?

Exactamente, a parte vendedora, o Estado, mais uma vez com fundos do erário publico. Digam lá que em tempo de crise não se fazem grandes negócios.

O Diabo