A subida da temperatura originou a tradicional corrida ao
estado de espirito estival, tão querido da população portuguesa
O primeiro sinal são as esplanadas. Cheias. De Domingo a
Domingo, das onze às duas da manhã os caracóis e a imperial fluem de forma
desmesurada de norte a sul do país.
O segundo a indumentária, ou se preferirem a falta dela. A
ausência de tecido nas meninas, tendo em conta que menina é sinónimo de
adolescência e que a adolescência nesta era moderna se prolonga para lá dos
cinquenta, leva o comum dos trolhas a pensar que a prostituição foi finalmente
legalizada. São os calções a tapar meia nádega, os tops farfalhudos a desvendar
mamilos descaídos à mais suave brisa, as calças comidas pela traça em locais
estratégicos, enfim, é a imposição forçada da moda Tieta do Agreste,
inflacionada por individualidades televisivas do género Ana Montatodos e
Violeta-mostrá-teta.No campo masculino o chinelo veio para ficar. Agora até trazem uma bandeirinha dos favelados para que não haja dúvidas da proveniência desta praga. Se antigamente a alparcata era acompanhada pela unhaca encravada e a manga cava com nódoas de vinho tinto, presentemente, o que está na berra é a t-shirt sem mangas com decote em bico e a pernoca sem pêlo. Vamos esclarecer uma coisa. A depilação masculina é o primeiro passo no percurso de vida de um transsexual. Começa na cera e culmina nos implantes mamários.