terça-feira, 8 de março de 2011

12 de Março

Depois do sucesso que o tema "parva que eu sou" dos Deolinda teve nos coliseus do Porto e Lisboa, surgiu um movimento no facebook a agendar uma manifestação para a Avenida da Liberdade para o próximo dia 12 de Março.

Manifesto
Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.

Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.

Caso contrário:

a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.

b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.

c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.

Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.

Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.

Este é o manifesto do evento, tratando desde logo os organizadores de referir tratar-se de uma iniciativa laica, apartidária e pacifica... isto foi o que foi dito, na pratica logo nos dias seguintes, os deputados do Bloco de Esquerda no parlamento tentaram o aproveitamento politico da manifestação, ao que se seguiram os deputados do Partido Comunista e todas as organizações canhotas de norte a sul do país.

Confrontado com a possibilidade de poder vir a engrossar os números de uma manifestação
vermelha, entrei em contacto via e-mail com a organização.


vasco dionisio para geracaoarasca
Boa tarde,
Sou um "jovem" de 35 anos, casado, com 2 filhos, que acima de tudo acredita em Portugal e nos portugueses.
Sou católico não praticante, patriota por convicção e nacionalista por opção.
Ideologicamente de direita, nunca estive filiado em qualquer partido ou movimento politico. Acredito que os partidos com assento parlamentar serão sempre parte do problema e nunca parte da solução.
Gostava de saber se o meu perfil encaixa de alguma forma nos participantes da próxima manifestação do dia 12 de Março. Coloco a questão porque tem havido um claro e nítido aproveitamento por parte de forças de extrema esquerda da vossa iniciativa.

Atenciosamente,
Vasco Dionísio


passado uns dias veio a resposta...

Geração À Rasca para mim
Boa tarde,
Este Protesto é apartidário, pelo que está aberto a todos os quadrantes políticos, independentemente das escolhas pessoais de cada um. É laico, porque não tem nenhuma conotação religiosa, embora não seja anti-religiosos. E é pacífico, porque a violência não é a solução, podemos ser pacíficos sem sermos passivos.
Apesar disto, não somos ingénuos, e sabemos que podem existir pessoas que tentem colar-se ao Protesto, porém enquanto promotor do mesmo garanto que não estamos associados a nenhuma força política. Queremos alertar para o problema da precariedade, e esse problema não é de esquerda ou de direita, não é ou cristão ou ateu, não é benfiquista ou sportinguista, etc… é transversal à sociedade. Assim, renunciamos a qualquer associação com associações político-partidárias ou ideológicas. Pelo que quem aceitar, os princípios e concordar com o Manifesto é sempre bem-vindo.

Com os melhores cumprimentos,
António Frazão

Dúvidas dissipadas, confirmei a minha presença.

Passados uns dias, tomei conhecimento que Bloco de Esquerda e Partido Comunista vão enviar representantes à manifestação... bem se eles vão eu não vou! pensei eu, era o que mais faltava participar num protesto ao lado de alguns responsáveis pelo actual estado da Nação!

Mais um par de dias e verifico que no facebook surge uma pagina criada por nacionalistas a convocar um encontro nos Restauradores para dia 12 às 15:00 !!!

Nacionalistas, anarquistas, comunistas, manifestando-se no mesmo espaço físico rodeados por milhares de pessoas revoltadas com a actual situação sócio-económica portuguesa... não auguro nada de bom.

No seu melhor !!!








O vídeo mostra tudo, jovens descontentes pertencentes ao movimento "geração à rasca", tentaram mostrar o sua revolta de forma pacifica num jantar de xuxialistas em Viseu, onde pinócrates discursava.
A reacção dos seguranças não se fez esperar e de forma célere os descontentes foram postos na rua.
No entanto, o que mais se evidenciou na reportagem foram as declarações do líder rosa. O ar de gozo pleno de cinismo com que convidava os indesejados a ficar para jantar, enquanto estes eram escorraçados da sala. O ar hipócrita com que classificava a atitude dos jovens de brincadeira de Carnaval e o desdém que demonstrou perante as reinvidicações dos mesmos...
Sábado sr. primeiro ministro, contrate mais seguranças.

O Diabo