quinta-feira, 15 de julho de 2010

Rio das Flores

Dentro do chamado "romance de época", "Rio das flores" de Miguel Sousa Tavares foi até hoje um dos melhores que tive o prazer de ler.
Penso que grande parte do meu entusiasmo na leitura desta obra, reside na personagem de Pedro, o mais novo dos irmãos. Quem leu o livro e me conhece percebe claramente o porquê.
Já aqui o referi, discordo de grande parte das opiniões de Miguel Sousa Tavares, embora aprecie e reconheça o valor da sua escrita.

Miguel Sousa Tavares

Não é "santo do meu altar" mas é uma das vozes de protesto contra o acordo ortográfico.

Desacordo ortográfico


O acordo ortográfico é um tratado internacional que visa criar uma ortografia unificada para o português, terminando com as duas normas ortográficas divergentes. A norma brasileira e a norma dos restantes países em que a língua oficial é o Português.


Os restantes países e regiões administrativas, dividem-se por 4 continentes, Portugal que detém a matriz, Angola, Moçambique, S.Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Cabo Verde, Macau, Timor-Leste a partir de 2004 e Guiné Equatorial a partir de 2007. É caso para dizer que aparentemente, só os brasileiros é que estavam bem. Adiante.

Sem entrar em pormenores técnicos, refiro apenas que o dito acordo vem alterar a grafia em aproximadamente 0,5 das palavras na norma brasileira e 4% na norma euro-afro-asiática-oceânica.

O acordo foi elaborado em Lisboa entre os dias 6 e 12 de Outubro de 1990. Previa-se que entra-se em vigor no dia 1 de Janeiro de 1994, após rectificação parlamentar de todos os intervenientes.

Portugal foi o primeiro e único país a rectificar o acordo dentro dos prazos previstos. No dia 23 de Agosto de 1991, era Primeiro Ministro o senhor Aníbal Cavaco Silva. O acordo foi rectificado num parlamento onde o Partido Social Democrata detinha a maioria.

Devido a este incumprimento, realizou-se novo encontro em Cabo Verde no dia 17 de Julho de 1998. Da reunião saiu um "Protocolo Modificativo ao Acordo ortográfico da Língua Portuguesa" onde não se estipulou uma data de entrada em vigor mas manteve-se a obrigatoriedade de ser rectificado por todos os intervenientes.

Apenas Portugal, Brasil e Cabo Verde rectificaram o Protocolo Modificativo.

Em Julho de 2004 nas ilhas de S.Tomé e Príncipe, na presença dos Chefes de Estado e de governo dos países envolvidos, foi aprovado o "Segundo protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico" que para além de admitir a entrada de Timor-Leste, revogou a necessidade de ser rectificado por todos os países antes de ser aplicado. Bastava a rectificação de 3 dos envolvidos para a aplicação pratica do mesmo.

Ou seja, o mecanismo que permitia garantir a real uniformização das normas ortográficas da língua portuguesa foi revogado.

No dia 6 de Maio de 2008, o senhor Presidente da Republica deslocou-se ao Brasil em visita oficial, coincidentemente no dia 16 do mesmo mês o acordo ortográfico foi rectificado no parlamento português, era Primeiro Ministro o engenheiro José Sócrates, à frente de um governo maioritário Socialista. Em todo o hemiciclo apenas 4 deputados votaram contra.

O senhor Presidente da Republica promulgou o diploma no dia 21 de Julho, entrando em vigor no dia 1 de Janeiro de 2010. Prevê-se um período de transição de 4 anos.

Isto são os factos e os factos não escondem a realidade. Portugal detentor da matriz da língua vergou-se perante o poder económico do Brasil.

Pessoalmente... vou tentar ser meigo, mas não prometo. Pura e simplesmente um atentado à cultura portuguesa, uma traição que sujeita o povo português à humilhação. Ainda os "mermão" andavam em pelota pendurados nas árvores, já os portugueses falavam a língua de Camões à mais de 500 anos. Mais um excelente acordo feito pela classe politica abrileira, que só obterá descanso quando espoliar totalmente a Pátria e os seus 800 anos de História.

Força Paulinho


Sérgio Paulinho venceu a 10ª etapa da volta a França. O ciclista corre com as cores da Radioshack e venceu a tirada que liga Chambéry a Gap, num total de 179km.
É o 10ª vez que um português vence uma etapa da volta a França. Sérgio Paulinho junta-se assim a Paulo Ferreira, Acácio da Silva e ao grande Joaquim Agostinho que já tinham conseguido vitórias na prova.
Mais um bom exemplo da qualidade dos nossos atletas.