sábado, 29 de dezembro de 2012

O Eterno Retorno do Fascismo


Livreco escrevinhado por um pseudo-filósofo de nome Rob Riemen, director e fundador do Instituto Nexus, um centro que alegadamente se dedica à reflexão intelectual e à inspiração do debate cultural e filosófico ocidental. 
Em oitenta páginas A5 este senhor alerta a humanidade e arredores para a ascensão do fascismo no Ocidente. Segundo ele, esta ascensão, deve-se à crise civilizacional que atravessamos. A falta de valores morais que caracterizam os indivíduos da sociedade em que vivemos. Indivíduos designados neste livro como "homem-massa", egoístas, materialistas, espiritualmente vazios e ideologicamente ocos. Até aqui tudo bem. Mas de onde sugiram estes indivíduos? Terão porventura caído do céu? Atravessado uma membrana temporal que divide esta dimensão de outra?...
Não, ninguém nasce assim segundo Rob Riemen. O jovem é transformado ao longo do seu processo educativo por uma sociedade baseada unicamente no prazer que ignora os valores mais nobres, a sociedade kitsch.
Tudo bem, até aqui eu compreendo. Mas quem criou esta sociedade? As elites, diz o autor. As elites niilistas que abandonaram o povo. E de onde vieram estas elites?...Terão estas caído do céu?
Infelizmente nesta questão o filósofo já não nos elucida. Terei de ser eu, trolha de profissão a dar uma pequena achega.
Estas elites são o fruto dos regimes democráticos multi-partidários que caracterizaram quase todo o Ocidente no pós II Guerra Mundial. São os filhos bastardos do Maio de 1968 vendidos e comprados por uma sociedade de consumo baseada no capitalismo selvagem neo-liberal. É isto que a democracia tem para oferecer? Venha o ...

Adenda: Desculpem este último parágrafo, Riemen também nos avisa para os sentimentos negativos que a actual crise pode despertar nas pessoas...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Justa homenagem

Apreciador de corridas em duas rodas desde tenra idade, cabe-me prestar aqui, uma justa e tardia homenagem a todos aqueles que alguma vez participaram no Tourist trophy realizado na Ilha de Man desde 1907.
Considerada por muitos como a prova mítica das corridas de motos, esta competição tem como caracteristica principal o seu circuito. Rápido, técnico e sem escapatórias, esta competição já vitimou quase duzentos e cinquenta pilotos desde a sua primeira edição. Não façam confusões, esta é a corrida onde os meninos bonitos de moto GP assistem da bancada. Ficam estas imagens, que neste caso valem muito mais do que as palavras...


O velocímetro que aparece por vezes no canto inferior esquerdo da imagem está em milhas por hora, façam as contas...
Minuto 5:34, parece motocross :-()...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Boas festas

Boas festas e um feliz fim do mundo, são os meus votos. Que na hora da verdade todos estejam à altura do momento.

Se o mundo...

... não acabar hoje, fico extremamente fodido.
Anda um gajo a ler as profecias dos Maias, do Nostrudamos e companhia e no fim nada. Dá vontade de agarrar nos cromos do Discovery Channel, do National Geografic e do Canal história e obriga-los a comer os enlatados que tenho na despensa durante dois anos.

Lá se foi a esperança de que amanhã seria um mundo melhor. Sim, que mundo melhor do que um onde não existam pessoas?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Melodias da juventude (II)



Radiohead-Ok Computer

Provavelmente o melhor álbum da melhor banda de sempre.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Frase do dia


A gripe A foi um "embuste" da Organização Mundial de Saúde

Miguel Oliveira da silva, presidente do Conselho Nacional de Ética para as ciências da vida.

E novidades? Eu cá só fico doente quando vou ao médico. Entro no consultório feliz e sadio e saio de lá com uma pilha de credenciais para fazer exames e uma carrada de doenças que eu nem conhecia.

domingo, 9 de dezembro de 2012

A Estrada


Este é o livro que serviu de argumento ao filme de John Hillcoat. A história de um pai e um filho que tentam sobreviver num mundo pós-apocalíptico. Um cenário de devastação total em que predominam os cinzentos  e onde duas personagens lutam diariamente para escapar à morte ou a um destino pior. Isto é o filme, um autêntico hino à sobrevivência.
O livro é diferente. Escrito pela mão de Cormac Macharthy, este romance é a prova viva da impossibilidade em transpor a escrita de um mestre de forma competente para a sétima arte. 
A narrativa arrasta o leitor ao longo da jornada das personagens de  forma intensa, sempre acompanhado pelo horror de um mundo primitivo, onde não existe um resquício de humanidade no coração dos homens. 
"(...)E então puseram-se os dois a caminhar no asfalto sob a luz metálica, cinzento azulada, a arrastar os pés na cinza e cada qual era o mundo inteiro do outro.(...)". Ao longo da estrada seguem ambos, pai e filho, em direcção ao sul, seguros que os laços que os unem são os alicerces da sobrevivência e da sanidade mental, num contexto limite que põe à prova a fé do mais fervoroso dos crentes. "(...)Sabia apenas que o rapaz era a sua garantia. Disse: Se ele não é a palavra de Deus, Deus nunca falou. (...)".

 Quando se volta a última página e se lê o último parágrafo, o que fica na mente não é o horror, a morte ou a destruição sempre omnipresentes na narrativa. O que permanece no consciente do leitor é o amor; O Amor que apenas um pai pode devotar a um filho.

A Estrada, um livro marcante da autoria de um escritor que é uma referência actual da literatura norte-americana.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Invasão...

Almada foi palco este fim-de-semana de uma maré vermelha. A comunagem chegou, viu e venceu. Do congresso não saiu nada de novo. O Jerónimo lá foi reeleito, assistiu-se a um filmeco a celebrar a existência e vida de um traidor, apelou-se à insubordinação das massas através de manifestações de rua, pediu-se a queda do governo e, mais uns disparates muito típicos de quem tem memória curta e já se esqueceu dos efeitos e consequências do PREC na economia.
Tirando isto que acabei de referir e passou em horário nobre em todos os canais de língua portuguesa, apenas há a salientar as centenas de jovens, que à semelhança dos outros congressos, ficaram sem possibilidade de praticar desporto durante os três dias em que decorreu este evento fortemente mediatizado. Também uma pequena nota sobre os insultos e provocações de que foram vitimas os escuteiros e outros voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome, enquanto recolhiam alimentos em algumas das grandes superfícies comerciais no Concelho de Almada. Os jovens revolucionários que proferiram as ofensas, demonstraram desta forma enorme coragem perante miúdos e idosos que disponibilizaram parte do seu tempo ao voluntariado. Estes acontecimentos decorreram durante todo o fim-de-semana, mas como é óbvio não despertaram o interesse da imprensa.