domingo, 15 de agosto de 2010

Portas trancadas 3




Cerimonia de lançamento do NRP Trident um dos dois submarinos que vêm substituir os da classe “Albacora”, já em fim de vida.


Fica desta forma assegurada a continuidade do ramo dos submarinos na Armada Portuguesa.
Parabéns à Marinha que desta forma fica com outros meios para assegurar o patrulhamento da área sob jurisdição das 200 milhas correspondente à actual zona económica exclusiva.

Até aqui tudo é de louvar, passemos ao assunto que dá titulo à mensagem.
Em Abril de 2004 o Ministro da Defesa, Paulo Portas encomenda a um consórcio alemão a produção de 2 submarinos. Topo de gama, com todos os sistemas e acessórios que uma encomenda de 900 milhões de euros tem direito. Seriam os maiores submarinos a ser produzidos na Alemanha até à data.

Em Outubro de 2009, foram constituídos 10 arguidos por burla qualificada e falsificação de documentos. Este processo, conhecido por caso das contrapartidas, terá lesado o Estado Português em 33,9 milhões de euros.

No mesmo mês ficou-se a saber que está em fase de investigação outro processo por corrupção e branqueamento de capitais. A base deste processo baseia-se em escutas telefónicas entre Abel Pinheiro, ex-tesoureiro do CDS/PP e Paulo Portas, realizadas por altura do caso Portucale (já lá vamos). O Ministério Publico aguarda ainda que documentos relativos à compra sejam enviados pela seu congénere alemão, uma vez que parte dos documentos que estavam em Portugal desapareceram... juntamente com 30 milhões de euros, que terão hipoteticamente financiado o partido Popular.

Na Alemanha a justiça também investiga o caso, tendo dado ordem de prisão a um vice-presidente da Ferostaal. É a diferença entre a justiça alemã e portuguesa, aqui ficam com termo identidade e residência na Alemanha põem-nos à sombra.
Pelo meio ainda existe um cônsul honorário português e um contra-almirante que terão recebido 1,6 e 1 milhão de euros respectivamente.

A Escom, empresa do Grupo Espírito Santo, recebeu 21 milhões de euros em comissões por ter definido o contrato de contrapartidas relativo à compra dos submarinos.
Em Abril de 2010 80% dessas mesmas contrapartidas estavam por realizar, penalizando a economia portuguesa em 2,2 mil milhões de euros. PS e PSD recusaram a criação de uma comissão de inquérito no intuito de investigar o incumprimento das contrapartidas.

O financiamento da compra esteve a cargo de um consórcio bancário onde também figurava... o Banco Espírito Santo. Ou seja, os bancos pagaram à empresa alemã e agora Estado português paga aos bancos. O que não se consegue compreender é como é que depois de o contrato ter sido adjudicado, o spred do empréstimo passou de 1,9 para 2,4...
E mais haveria para contar se esmiuçasse-mos pormenores.

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