domingo, 15 de agosto de 2010

Portas trancadas 2

No dia 23 de Dezembro de 2005, Paulo Portas anunciou os vencedores do concurso de privatização da OGMA industrias aeronáutica SA. O feliz contemplado foi o consórcio Airholding (70% brasileiro, 30% espanhol), pagando por 65% da empresa 11,4 milhões de euros. O Estado português ficou na posse de 35% da empresa fundada em 1918.
Apenas um pequeno parágrafo acerca da OGMA.
Empresa altamente conceituada e especializada em manutenção aeronáutica. Até 1952 concentrou-se na produção e manutenção de alguns pequenos aparelhos, até que em 1955 consegue um contrato de manutenção com a US Navy (Marinha de Guerra Americana). Em 1959 o contracto estende-se à USAF (Força Aérea Americana). Em 1962 à GAF ( Força Aérea Alemã). Em 1970 acrescenta contractos de manutenção com a Eurocopter. A partir da revolução dos cravos acumula um passivo de 135 milhões de euros. Coincidências.
A OGMA apresentou um lucro de 12,2 milhões de euros em 2009. Se a administração decidir distribuir os lucros pelos accionistas, ao Estado Português cabe 35% do "bolo".
Resumindo, a OGMA deu praticamente de lucro em 2009 (um único ano), aquilo que a Airholding pagou a Portugal para ficar com a empresa. Mais um bom negocio, que atesta de sobremaneira a qualidade dos nossos gestores públicos.

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