terça-feira, 20 de julho de 2010

Nobel da literatura

Gunter Grass recebeu o Prémio Nobel da literatura em 1999.
Posteriormente lançou "Descascando a cebola" uma autobiografia no espaço temporal de 1939 a 1959.
Neste livro o autor revelou a sua adolescência, como quando com a idade de 13 anos integrou as Waffen SS, onde combateu a fase final da guerra.
Um livro pleno de arrependimento, onde fica implícito um pedido de desculpas por ter acreditado no ideal Nacional-Socialista.
As reacções não se fizeram esperar e, se é verdade que gente houve que tenha defendido Grass, grande parte comunidade literária internacional apontou-lhe o dedo, como se de um dia para o outro a qualidade da sua escrita se tivesse evaporado.
Saramago foi um dos moralistas, recebeu o Nobel no ano anterior graças ao clima favorável que a extrema-esquerda provoca no meio das artes. Se é de esquerda aplaude-se, se é de direita veta-se ao esquecimento. Céline é prova disso, um escritor de dimensão universal, que provavelmente nunca terá o reconhecimento devido. Entre nós, António Manuel Couto Viana é apenas um entre muitos.
Que ninguém tenha dúvidas, se "Descascando a cebola" fosse publicado antes de 1999, o Nobel da literatura desse ano teria sido outro.
Triste mundo este.

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