sábado, 30 de maio de 2015

De novo o Verão...


A subida da temperatura originou a tradicional corrida ao estado de espirito estival, tão querido da população portuguesa
O primeiro sinal são as esplanadas. Cheias. De Domingo a Domingo, das onze às duas da manhã os caracóis e a imperial fluem de forma desmesurada de norte a sul do país.
O segundo a indumentária, ou se preferirem a falta dela. A ausência de tecido nas meninas, tendo em conta que menina é sinónimo de adolescência e que a adolescência nesta era moderna se prolonga para lá dos cinquenta, leva o comum dos trolhas a pensar que a prostituição foi finalmente legalizada. São os calções a tapar meia nádega, os tops farfalhudos a desvendar mamilos descaídos à mais suave brisa, as calças comidas pela traça em locais estratégicos, enfim, é a imposição forçada da moda Tieta do Agreste, inflacionada por individualidades televisivas do género Ana Montatodos e Violeta-mostrá-teta.
No campo masculino o chinelo veio para ficar. Agora até trazem uma bandeirinha dos favelados para que não haja dúvidas da proveniência desta praga. Se antigamente a alparcata era acompanhada pela unhaca encravada e a manga cava com nódoas de vinho tinto, presentemente, o que está na berra é a t-shirt sem mangas com decote em bico e a pernoca sem pêlo. Vamos esclarecer uma coisa. A depilação masculina é o primeiro passo no percurso de vida de um transsexual. Começa na cera e culmina nos implantes mamários.

 Outra coisa que o calor revela são as tatuagens e, também nesse campo a pirosice não tem limites. A letra chinesa, o nome de um familiar tatuado em gótico, as tribais, flores, pássaros, borboletas, golfinhos, carpas, dragões... Vale tudo numa tentativa falhada de realçar a diferenciação tão apregoada por este mundo progressista.
Progressista e vazio. A chegada da Primavera faz disparar as inscrições nos ginásios e nos institutos de beleza. Todas querem estar em forma para caber naquele biquíni florescente com cinco centímetros quadrados de área total. De Inverno os maridos dormem com um ser semelhante a um sasquatch anafado, de Verão assistem de coxia ao espectáculo deprimente de cadelas com o cio. Eles, para além do pêlo já aqui mencionado, trabalham os bicípites de forma incansável. Quando se revelam lembram gorilas com perninhas de antílope.

 Em suma nada de novo. São as modas do costume, vendidas a gente fútil, sob o rótulo da modernidade e a etiqueta do progresso.

2 comentários:

Afonso de Portugal disse...

Ahahahahaha! Absolutamente hilariante e certeiro! Um dos melhores textos que já li, não apenas neste blogue, mas em toda a blogosfera nacionalista portuguesa!

Excelente trabalho!

Vasco Dionísio disse...

Obrigado camarada. O tempo é pouco, mas por vezes tem mesmo de ser.