domingo, 5 de agosto de 2012

A Morte de Ivan Iliitch


Esta é uma história de vida e morte. A vida de quem está morto e a morte de quem em desespero se apercebe da vida que desperdiçou.
Uma narrativa apaixonante que descreve o sofrimento atroz de quem sente o fim e sabe que este é inevitável. A dor, o desespero, a mágoa e consequente revolta de um ser impotente, que na agonia do leito de morte desperta a consciência para a futilidade de toda uma vida.
No fim a resignação de quem se prepara para partir. A sujeição do sopro da vida, as últimas forças entregues à libertação. A grande libertação chamada morte.

Adenda: O mais belo que a visão de um ignorante pode tentar decifrar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Vasco, obrigada pela dica, é de facto um bom livro, uma leitura arrepiante pela discrição minuciosa do que é a morte em sofrimento, tanto mental, como físico. Aqui a descrição da solidão acompanhada, que para muitos não é compreensível, mas que existe. As futilidades da vida, fazem por vezes esquecer o que de bom existe na vida, a luxúria e afins, fazem esquecer todos os príncipios a que todos nos deviamos dedicar um pouco. Na minha análise de "ignorante", talvez, ou não, deste livro, é que existem outros príncipios a que nos deviamos agarrar e dar mais importância. Olhar em nosso redor e dar mais importância a quem de facto nos quer bem, por vezes não é fácil identificar, é uma realidade, mas como o próprio livro revela, o mais humilde servo, ou o seu pequeno filho, estavam ali. A vida de Iliitch, começou logo mal com o casamento por conveniência, ao que por um motivo e outro o levou posteiormente a ignorar tal acto e deixou-se levar, com empurrão daqui e dali. Tudo o que começa mal, termina mal, sempre ouvi dizer, nada como cortar o mal pela raíz. Enfim, uma análise muito pessoal. Tira-se daqui uma lição a meu ver, claro, na vida apenas precisamos de muito pouco, atenção, compreenção, dedicação, companheirismo, não de pena no momento de agonia, isso não apaga o que para trás foi desperdiçado e arrogantemente dito com palavras duras, ou acções menos próprias. Muitas vezes digo, e agora passarei a dizer ainda com mais convicção: "Vivam cada momento como se fosse o último, só assim não nos arrependemos nem do que fizemos, nem do que poderiamos ter feito" Quanto ao que poderiamos ter feito, não há que pensar nele, se pensámos em não fazê-lo é porque não era importante no momento, logo nem há que pensar nele. E claro, nada como a libertação da morte, sendo esta a única coisa certa que temos na vida, a única de nos faz pensar que nos libertaremos de tudo e de todos, até do sofrimento mais atroz que podemos ter para a alcançar...

Anónimo disse...

De facto ninguém dá valor a ninguém e depois na hora de agonia, quando nos apercebemos do fim, do que é chamada a vida, é que pensamos em todo o sofrimento que fizemos e no bem que poderiamos ter feito, são sempre os "se's" de que todos falam quando alguém morre, pena que tenha que acontecer, para nos apercebermos disso.