segunda-feira, 27 de setembro de 2010

OCDE

A Organização Europeia para a Cooperação Económico foi fundada em 1948 e Portugal foi um dos membros fundadores. Esta organização tinha por objectivo principal administrar os fundos do plano Marshall, destinados a reconstruir a Europa no pós II Guerra Mundial.


Em 1961 foi reestruturada de forma a incluir países não europeus, passando a designar-se por Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Os objectivos passavam agora pelo desenvolvimento económico mundial, o incentivo ao comercio, o aumento do nível de vida... e mais umas quantas coisas, daquelas bonitas para sossegar os espíritos inquietos.Os princípios de admissão no entanto mantiveram-se. Para pertencer à organização os países membros teriam de estar comprometidos com a democracia e serem economicamente desenvolvidos.
Daqui se pode concluir que Portugal em 1948 e 1961 era um país democrático e desenvolvido. Pelo menos assim o entendia os países ocidentais. Lá se foi a história da longa noite fascista...
Vamos ao que interessa: O secretário-geral da OCDE, angel Gurria, veio hoje a Lisboa entregar um relatório elaborado por esta organização (a pedido do actual governo, alvitro eu), relativamente a um estudo feito à situação económica que atravessa Portugal.O relatório, sumariamente, aconselha a tomada de oito medidas as quais passo a enumerar:

1- Aumento de impostos

2-Salários congelados

3-Corte nos benefícios e deduções fiscais

4-Revisão do subsidio de desemprego

5- Maior competitividade e flexibilização laboral

6-Educação no topo da agenda

7-Controle e transparência nas contas publicas

8-Infrastuturas de transportes são essenciais

Em relação aos impostos, Portugal é dos países europeus com maior carga fiscal e menos qualidade dos serviços públicos.
Congelar os salários é fácil de pedir a quem sobrevive com pouco mais de metade do salário mínimo da Grécia.
Corte nos benefícios só para quem tem dinheiro para as energias renováveis, poupança reforma, etc. Convínhamos, estamos a falar de uma classe média em nítido decréscimo.
Rever o subsidio de desemprego com 700 000 desempregados também me parece uma medida inteligente e, a tão apregoada flexibilização laboral apenas vai aumentar estes números.
Onde se lê educação deveria ler-se estupidificação. O senhor Angel preocupa-se com as famosas retenções, aquilo a que no meu tempo se chamavam "chumbos". Em consonância propõe"passar" toda a gente até ao 12º ano de escolaridade em breve obrigatória, para que quando este cavalheiro, ou outro igualmente valoroso cá voltar para opinar acerca das medidas que vão afectar os portugueses, não haja ninguém com cultura suficiente para "lhe enfiar duas pazadas".
Transparência nas contas publicas não é coadunável com o objectivo de baixar o deficit. Qualquer auditoria credível apoiada por um sistema judicial competente, faria a população prisional aumentar de tal forma, que só em manutenção e construção de novos estabelecimentos prisionais seria a falência do Estado Português.
E por fim a cereja no topo do bolo. Novas infrastuturas de transporte. Lá vem o TGV, a nova travessia e o novo aeroporto de Lisboa, para dar trabalho às empresas que tão afavelmente acolhem o excedentário dos quadros partidários.
Como se pode ver, um relatório feito por encomenda pelo executivo de José Sócrates. Resta-lhe o descaramento e a falta de vergonha de justificar as suas próximas acções, com um relatório apresentado em Portugal por um mexicano.

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